quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Cirurgia de lipoaspiração?

Peço licença ao autor para postar este trecho aqui e agradeço a um amigo por proporcionar-me esta reflexão:

Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei,
nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas,
mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?
Uma coisa é saúde outra é obsessão.
O mundo pirou, enlouqueceu.
Hoje, Deus é a auto-imagem. Religião é dieta.
Fé, só na estética. Ritual é malhação.
Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo,sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção.
Roubar pode, envelhecer não. Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação.
Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.
A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?
A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz,
não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.
Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa.
Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.
Não importa o outro, o coletivo.
Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política.
Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.
Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar correr, viver muito, ter uma aparência legal mas…
Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser.
Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude. Que eu me acalme. Que o amor sobreviva.
‘Cuide bem do seu amor, seja ele quem for'

Escrito por Herbert Vianna, cantor e compositor.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Cenas da vida real

Milhares de pessoas se cruzam em um mesmo lugar todos os dias.
Ana que é mulher de Francisco, prima de Rita casada com Fabrício que conhece Tereza mãe de Ricardo que acabou de conhecer Paula.
- Celular! Venda, troca, desbloqueio. - Grita Ana, bem forte, para que todos que passam por ali a ouçam.
Tereza saiu de casa as 4h da madrugada para chegar a tempo de abrir o salão que fica numa galeria na Avenida Amazonas esquina com a Avenida Afonso Pena. Francisco também sai cedo de casa e passa por Tereza na rua sem reconhecê-la. Ele é pedreiro de grande edifício que está em obras, o antigo Cine Brasil que fica na esquina da Carijós com Amazonas.
Ricardo, filho de Tereza, participa do Programa do Governo Federal e é considerado um aprendiz. Corre todos os dias para não chegar atrasado na escola, mas se encanta e para ao ver montada no meio da rua fechada a estrutura da TV que transmite reportagens ao vivo no jornal da cidade. Ricardo se apaixonou por Paula em uma manifestação de estudantes que participou, eles lutavam pacificamente pelo passe livre.
Rita atravessa a longa avenida apressada com o bebê no colo e puxa o outro pela mão, mesmo o sinal estando vermelho para ela este trajeto, feito todos os dias, a leva para a porta da igreja, onde ela se acomoda como pode com as crianças, na esperança de poder comprar o alimento do dia seguinte.
Fabrício, pai de três filhos, casado há mais de dez anos com Rita, prima de Ana, mulher de Francisco que conhece Tereza, mãe de Ricardo apaixonado por Paula, é piloto do helicóptero da TV. Ele sobrevoa a região todos os dias, sempre no mesmo horário. Observa e transmite tudo ao vivo, sem perceber que está transmitindo a vida real.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Momento Mori

As vezes não encontro saída
e sinto você por perto
meus medos me assombram
vão, mas reaparecem
uma vida incerta faz vacilar
sinto vontades que não podem concretizar
meu momento, intenso
reflito sobre trilhas do vento
castelos de areia desmoronados,
idéias soltas fazem me perder
é o caminho aleatório que me guia
a tentativa é em vão
busco um tempo muito distante
me arrepio ao sentir-se tão presente
por que me assombra assim
sinto falta de proteção
daquele colo que enchugava o meu pranto
que entendia o meu silêncio,
talvez seja culpa da solidão.
Esse medo que me toma
tanta insensibilidade
anda a flor da minha pele,
continuo a simples busca
por meu caminho aleatório,
não quero que o medo de sentir a sua presença
me faça parar de caminhar.

A Palavra

Por que as pessoas falam tanto?
Mas não medem as palavras.
O valor e o peso de cada palavra.
A palavra pequenina ou de difícil grafia...
Inconstitucionalmente
não me diz nada, se não ligo para as leis
mas a força da dor
só sabe aquele que a tem.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Desassossego

FRASES CURTAS,
PALAVRAS INCERTAS.
CERTO É O MODO DE TENTAR.
NA TENTATIVA DE ACERTAR
A CLAREZA DAS PALAVRAS DESAPARECE
EM UM SÓ SOPRO.
OUÇO UMA MELODIA QUE DESAFOGA O PEITO
ENQUANTO O DESASSOSSEGO DO ACERTO NÃO VEM.

PALAVRAS INCONCRETAS
CURTAS FRASES INCERTAS
NA CERTEZA DE TENTAR
A INCONSTÂNCIA DO SOSSEGO
EM UM SOPRO QUE VEM ASSOMBRAR.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Leve distúrbio

Como é difícil me expressar
Sinto que estou cada vez mais agressiva
com todos e comigo mesma
Não quero ver o meu mundo invadido
Preciso primeiro ver a mim mesma
para só assim enxergar ao meu redor

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Concrete Jungle

No sun will shine in my day today
Nenhum sol brilhará no meu dia hoje

The hich yellow moon won't come out to play
A lua amarela não sairá para iluminar

I said darkness has covered my light
Eu disse que a escuridão cobriu minha luz

And has changed my day into night
E transforma meu dia em noite

Where is the love to be found, won't someone tell me?
Onde está o amor a ser achado, não há alguém que me fale?

Cause life, sweet life, must be somewhere to be found
A causa da vida, doce vida, deve estar em algum lugar a ser achada

Concrete jungle, oh man, you've got to do your best, yeah!
Selva de concreto, você conseguira fazer seu melhor

Instead of concrete jungle, where the livin' is hardest
Em vez de selva de concreto, onde o viver é mais duro

No chains around my feet, but I'm not free
Nenhuma corrente ao redor de meus pés, mas eu não sou livre

I know I am bound here in captivity
Eu sei que estou preso aqui em cativeiro

I've never known happiness
Eu nunca soube o que é a felicidade

I've never known sweet caresses
Eu nunca soube o que é uma doce carícia

Still, I be always laughing like a clown
Ainda assim, eu sempre estarei rindo como um palhaço

Won't somebody help me?
Não há alguém que me ajude?

Cause, sweet life, I've got to pick myself from off the ground, yeah!
Porque, doce vida, eu tenho que escolher por mim um lugar fora daqui.

In this here concrete jungle
Nesta selva de concreto

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Cenas do cotidiano

Enquanto espero, a vida acontece em volta. Pra saber da saúde, aguardo n'uma longa fila.. Adiante duas mulheres conversam sem pausa numa boa prosa. A vida na escola, a correria do dia-a-dia, aposentadoria... Uma senhora educada senta em minha frente e também espera. Reparo no detalhe da bolsa que ela carrega. Ao retirar dos ombros, a repousa em seu colo. Motivo indiano -será que segue a onda da novela? - listras coloridas, é divertida, alegre... O rapaz ao meu lado permanece em silêncio. Consigo perceber que olha fixamente para os papéis que carrega, aparenta estar aflito, contando as horas. E o doutor chega apressado. São 18 horas e 30 minutos e ele chega aparentando imoprtância, como se fosse realmente capaz de solucionar os (diversos) problemas de cada um que veio a sua procura. Quem sabe ele não possa mesmo curar todos os males. O rapazinho que chegou por último e também esperava, senta, levanta, senta de novo, abre a boca num longo bocejo. Suas pernas não páram. É um movimento constante que aparenta mais aflição que o moço ao meu lado. Lá vem uma servidora, toda bonitona. Vem fresca em um modelito de verão, alheia ao que acontece na sala de espera, parece que acabou de chegar de férias.. E a senhora, a primeira da fila, brinca que ela está mesmo da cor do verão! "É, tomei sol na laje lá de casa" retruca a servidora. Enquanto o tempo passa, uma longa espera acontece para da saúde cuidar..

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Notas de Natal

No dia 25 as coisas mudam. Sempre foi assim, mas neste ano foi um tanto diferente...
As pessoas de casa não se olham nos olhos. As palavras corriam frias e era como se alcançassem o alvo de forma certeira. Uma vontade estúpida do material e do prazer faziam com que o gelo entre elas desabasse ainda mais. Mas quem sabe ainda não exista alguns poucos que acreditem naquele espírito, que, na infância, era tão lembrado... Natalino ou não, prefiro me encher dele a cada dia; antes ele, que preenche a alma, quieta o coração e alimenta o corpo, do que ser vago e vadiar sempre...

Notas de Natal

Vivendo como em coro, sinto à época em meu corpo. Tão profunda se pulsasse em minhas veias... Vem daí uma reflexão que chega a me tomar por completo. Questionando as minhas atitudes e palavras, sigo "repelindo aos outros" e fazendo de mim a figura questionável confessa que sou. Sinto não enchergar em mim toda a vontade de vida e amor a compartilhar. Quase que me torno invisível para aqueles que ousei sonhar amor, para mim... Épocas estas, são vividas ao final de cada ano e serão sempre bem vindas para auxiliar na caminhada... em minha caminhada aleatória.